Uma moradora do distrito de São José da Soledade, no município de Silveirânia, teve um encontro inusitado nesta segunda-feira, 29 de julho de 2024. Por volta das 13 horas, ela avistou um lobo-guará passeando tranquilamente pelos arredores de seu sítio. Segundo relatos, o animal tem sido visto com frequência e já atacou suas galinhas algumas vezes.
O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo da América do Sul e uma espécie emblemática da fauna brasileira. Diferente dos lobos tradicionais, o lobo-guará possui características únicas que o tornam inconfundível. Sua pelagem é predominantemente avermelhada, com longas pernas esguias que o ajudam a se mover através das altas gramíneas do cerrado, seu habitat natural.
Apesar de ser um predador, o lobo-guará tem uma dieta bastante variada, sendo onívoro. Ele se alimenta de pequenos mamíferos, aves, répteis, insetos e, ocasionalmente, frutos. A lobeira (Solanum lycocarpum) é uma fruta especialmente importante em sua dieta, ajudando na regulação de vermes intestinais.
O comportamento do lobo-guará é geralmente solitário, o que o distingue de outros lobos que costumam viver em alcateias. Eles são animais de hábitos crepusculares e noturnos, sendo mais ativos ao amanhecer e ao entardecer. A presença desses animais em áreas rurais, como o sítio da moradora de São José da Soledade, pode estar relacionada à busca por alimento, especialmente em regiões onde seu habitat natural foi reduzido.
A interação entre humanos e lobos-guarás é geralmente pacífica, mas pode causar conflitos quando os animais atacam aves domésticas, como galinhas. Para minimizar esses conflitos, especialistas recomendam a adoção de medidas de proteção, como a instalação de cercas adequadas e a guarda das aves em locais seguros durante a noite.
Enquanto o lobo-guará continua a vaguear pelos arredores de São José da Soledade, sua aparição serve como um lembrete da rica biodiversidade do Brasil e da necessidade de coexistência harmoniosa entre humanos e vida selvagem.