Delegacia da Mulher descarta estupro e reforça alerta contra "justiça com as próprias mãos"

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito que investigou a morte de um homem de 38 anos, linchado no dia 10 de janeiro no bairro Santa Cecília, em Juiz de Fora. Ao todo, dez pessoas foram indiciadas, incluindo os pais da criança que supostamente teria sido vítima de estupro. Três adolescentes também responderão por ato infracional análogo ao homicídio.  

Segundo a delegada Camila Miller, a vítima foi morta injustamente após ser confundida com um agressor sexual. "Esses tribunais paralelos são um retrocesso para a sociedade. Temos um sistema de justiça capacitado para investigar crimes e responsabilizar os culpados. Nesta tentativa de se fazer justiça, um inocente morreu simplesmente por estar vestindo uma camisa verde", afirmou.  

 

O crime foi filmado e divulgado em redes sociais. Além dos agressores, a pessoa responsável pela gravação também foi indiciada e já denunciada pelo Ministério Público. Quatro adultos seguem 

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) concluiu que não houve estupro de vulnerável. De acordo com a delegada Alessandra Azalim, a própria mãe da criança relatou que a filha apenas mencionou que um "homem de verde" a havia "agarrado". Posteriormente, esclareceu-se que um homem segurou o braço da menina, sem qualquer indício de violência sexual.  

"Uma interpretação errada levou à morte de um inocente. Nenhum dos envolvidos tinha certeza de que a vítima era a pessoa que segurou o braço da criança", explicou Alessandra.  

A delegada reforçou que, diante de suspeitas de crimes contra crianças e adolescentes, o correto é acionar as autoridades para que o caso seja devidamente apurado. "Se o crime for comprovado, os culpados serão responsabilizados, e a vítima receberá todo o apoio necessário da rede de proteção do município", concluiu.

Publicado por Daniel Ferreira da Redação do Notícias Rio Pomba e Região 

Informações/imagem: PCMG 


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